Há dias uma pergunta ecoa na minha cabeça: “É possível mudar a essência de alguém?” Segundo a metafísica, a essência de uma coisa é constituída pelas propriedades imutáveis da mesma. Essa definição responde por sí só: Em essência não podemos mudar o que somos.
Desde segunda não paro de pensar em Laís Souza. A ex-ginasta sofreu 13 cirurgias ao longo da carreira e, impossibilitada de voltar a ginástica, aceitou o convite de apostar no esqui. Muitas pessoas devem se perguntar porque ela simplesmente não parou, aceitou seus “limites” eu respondo: Porque não existe essa possibilidade.
Certa vez eu vi em um documentário que existe na natureza humana um mecanismo de auto-preservação que remete ao medo de morrer, e é isso que impede as pessoas de se exporem a situações de risco, embora algumas pessoas simplesmente não o tenham.
Laís sofreu uma grave lesão medular, obviamente é cedo para qualquer prognóstico mas levando em consideração o estilo de vida e a altura da lesão nenhum prognóstico é satisfatório, provavelmente o esporte nunca mais fará parte da rotina dela. Pensando no histórico de Laís, eu aposto que se não fosse a gravidade da lesão ela em breve estaria de volta à neve. Acredito que a química explique muita coisa mas trocando em miúdos sem falar em endorfina e suas variantes, o desejo de se expor ao risco faz parte da essência de muitos atletas e até de atletas amadores, como eu por exemplo, e não cabe a ninguém julgar a essência do outro. É bem provável que se eu não tivesse sofrido uma lesão na medula, em um dia como hoje de praia e calor, eu estaria surfando no balanço, até porque já havia caído anteriormente. Acho que temos a noção do risco, não temos é esse dispositivo que aciona o medo.
Você que lê isso agora e já pensa em arrancar o skate do seu filho eu aconselho: Apenas 6% das lesões na medula ocorrem da prática de esportes, mas mais de 50% são decorrentes de acidentes de carro.
Como evitar o inevitável?? Como?
A cura seria um bom começo.
Wings For Life World Run, a primeira corrida global da história que reúne 35 cidades do mundo, correndo juntas, com 100% das verbas revertidas para as pesquisas em prol da cura da Lesão Medular.
Corra por Laís, corra por mim, mas principalmente: corra por todos aqueles que no futuro não merecem ter seus sonhos interrompidos repentinamente, seja ele um ente próximo ou um desconhecido.
E se não puder correr faça mesmo assim a sua inscrição, são 26 dólares que podem fazer um novo mundo para muita gente!
Cure Girl Sabrina